1ª. Tm: 2:11 A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. 12 Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. 13 Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. 14 E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. 15 Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação.
Prezadas pastoras
Com certeza este texto supracitado deve ter sido usado centena de vezes para questionarem seu ministério e oficio pastoral. Imagino como foi o bombardeio de idéias e criticas nada caridosas. E eu sei que isso deve acontecer até hoje.
Confesso que este foi um texto que me impedia aceitar o ministério feminino, especialmente quando se relacionava ao ministério pastoral. Mas quando fui convidado participar num debate, onde eu defenderia o pastorado feminino, o meu medo acabou. Após estudos e oração cheguei a uma total convicção de que a mulher também pode exercer o pastorado. Neste e nos próximos post estarei tratando este texto e outras questões sobre o tema. Espero ser coerente no método hermenêutico, seguindo pressupostos claros e o mais próximo dos contextos: histórico, lingüístico, gramatical, teológico,social, cultural etc. Isso deve ser feito pois a maior falácia na exegese, segundo D. Carson é o uso de uma palavra isolada do seu contexto geral.
O pesquisador bíblico deve fazer a primeira pergunta ao texto: Qual foi a possível compreensão que o primeiro ouvinte ou leitor teve quando se encontro com esta orientação? Qual foi a compreensão do “primeiro leitor” quando leu o texto pela primeira vez? Para achar a resposta, se requer um pouco de esforço para observar os círculos hermenêuticos da compreensão do texto; visto que o texto não foi escrito primeiramente para o leitor do século XXI Então avancemos
Primeiro, o texto nada diz a respeito da função pastoral, de algum tipo de liderança ou de alguma atividade cúltica congregacional. Embora trate de exercícios espirituais estes não são atos exclusivos das reuniões cúlticas
Segundo, O versículo 12 na sua estrutura literária paulina é um parênteses . Também temos neste texto um quiasmo (Cf Tyndale Bulletin 44.1 (1993) 129-142.). Isso fica mais claro na leitura do texto grego. Este dá a entender que a ênfase do texto não está no ensinar mas que a mulher deve aprender da parte do marido. Por isso não trata a questão da “autoridade de liderança eclesial”. Se assim fosse a mulher não ensinaria nem lideraria em nenhum lugar nem mesmo as mulheres.
Terceiro, Deve ser observado o contexto anterior, neste caso os textos 2:3-7. O tema é soteriológico e não eclesiológico. O versículo 15 também trata uma questão soteriologica de difícil interpretação. As versões modernas colocam como cabeçalho alguns temas eclesiológicos os quais o texto não trata. Sabemos que Paulo escrevia cartas literárias e não textos divididos por capítulos e versículos. Esses cabeçalhos conduzem o leitor equivocadamente nalgumas interpretações como é neste caso
Quarto, Sendo o assunto ligado a soteriologia e também desde o inicio Paulo esta falando de “falsos mestres”; “falsos ensinos” (1:3-4) então deve ser procurada a interpretação do texto supracitado nesta vertente de ensino soteriológico na igreja o relacionado. com o problema da cidade e da igreja. O texto paulino deve ser entendido à luz do contexto apologético que Paulo trata e não de questões de "autoridade pastoral"
Desta forma o texto deve ser entendido relacionado-o aos ensinos gnósticos que eram pregados na cidade de Éfeso. Ao mesmo tempo sem esquecer a participação do ensino e aprendizado das mulheres no mundo gnóstico e das religiões de mistério. Desta forma haverá mais luz na compreensão do ensino paulino relacionado a mulher neste texto. Como foi dito o texto não trata de questões de liderança e de oficio pastoral.
Quinto, Geralmente a discussão tem sido focada exclusivamente no uso da palavra “autoridade”. Embora toda palavra deve ser entendida dentro da construção duma frase é importante afirmar que o NT grego usa diversas palavras que na língua portuguesa são traduzidas como “autoridade”. A palavra usada aqui não é usada noutro lugar do NT grego e o seu uso é raro no grego clássico. Isso também deve ser considerado. Por que este hapax legomena? Este ponto será tratado noutro post
Desejo as minhas colegas pastoras sucesso na empreitada ministerial. Esta já é difícil no mundo contemporâneo. Porém, é mais triste quando os obstáculos advém do mesmo lado. Sucesso e vitorias
É isso ai Professor José Miguel Aguilera. Parabéns pelo texto
ResponderExcluirPr.Cleverson
Pr. José,
ResponderExcluir"nada caridosa", é a forma em que
o senhor põe sua crítica, pois colo
ca a idéia de que todos que são con
tra o ministério pastoral feminino,
não tem amor pelas senhoras pastoras.
Vêjo também que os pró-pastoras
que até agora não apresentaram pro
vas bíblicas cabais para suas aspi
rações, estão invertendo o ônus da
prova e solicitam que os contra pro
vem que a Bíblia não as aceita.
Respeitosamente, Auli Jr.