quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

COM QUE AUTORIDADE AS MULHERES FALAM NA IGREJA?


Prezadas irmãs e colegas
  Volto a escrever uma pequena e simples reflexão para ajudar na melhor compreensão do glorioso ministério pastoral exercido pelas mulheres.

        Não há duvidas, hoje a mulher tem alcançado o espaço que sempre foi lhe dado por Deus. Diversas barreiras através dos tempos têm sido derrubadas. Barreiras tais como: sistemas culturais, sociais, preconceitos, machismo, misoginia. Mas ainda há barreiras nos lugares onde o modelo da igualdade e serviço deveria ser modelo – A Igreja – Aliás, talvez seja mais correto dizer que são os pastores destas comunidades que levam estas igrejas a se posicionarem contrárias ao chamado de Deus dado as mulheres para o ministério pastoral
Uma das marcas bíblicas que indicam o envolvimento da mulher em função de liderança, de autoridade, do cuidado pastoral é a figura da profetiza (profeta). O Novo Testamento oferece orientações claras para esta função. Informações tais como: quem capacita, o que é profecia, o valor e função do profeta, etc. Então vamos a definir os termos para que não aconteça com aqueles que não concordam com o pastorado feminino, pois as vezes no lugar de definir os termos, ele conseguem “confundir os termos”.Vejamos
      Profeta ou profetiza. A Bíblia, tanto no Novo e Antigo Testamento, apresenta mulheres com esta função. O Dicionário de Strong afirma que o profeta “ ...de forma solene declara aos homens aquilo que recebeu pela inspiração. Fala de forma especial a respeito dos eventos futuros, e em particular se relaciona com a causa do reino de Deus e a salvação da humanidade...São pessoas cheias do Espírito de Deus que com autoridade nas suas palavras defendem a causa do Deus e chamam a salvação dos homens ... Estes são associados com os apóstolos e foram movidos pelo Espírito Santo para falar, tendo o poder instruir, consolar, incentivar, repreender, condenar, e estimular, seus ouvintes”
        O Novo Testamento afirma em Efésios 2:20 “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina e em Apocalipse 18:20 Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela” A questão que deve ser levantada quem são os “apóstolos e profetas”? Estes dois ministérios são apontados como o “fundamento” no qual a Igreja do Senhor é edificada. Este ministério apostólico e profético faz parte da base da Igreja que tem o Senhor Jesus como a “principal pedra”. O apóstolo dos gentios ainda descreve em Efésios 4:11 a fonte que origina os ministérios e especificamente este ministério profético ”E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” São ministérios da igreja e que foram entregue `à mesma através dos seus membros para o crescimento e edificação. A pergunta que pode ser levantada é: todos estes ministérios devem ser exercidos por homens? Se a resposta for afirmativa então, as mulheres devem ficar “caladas nas igrejas” “não ensinar” como Paulo orientou. Mas sabemos que esta resposta afirmativa é impossível. Então o ministério do profeta (profetiza) junto com os dos apóstolos é base para a edificação da igreja.
                Quando se olha a concepção no judaísmo do oficio profético podemos entender melhor o destaque que Paulo dá a este dom. Isso é válido até os dias de hoje Maimônides, codificador rabínico, relaciona a profecia como um dos 13 alicerces da fé judaica que Deus Se comunica com a humanidade por meio da profecia. Esse destaque paulino nasce como fruto da formação religiosa do apóstolo. Paulo à luz da revelação de Jesus orientou o ministério do profeta na vida das igrejas de forma ampla. Os profetas eram escolhidos por Deus e tinham enorme autoridade religiosa e influência. No judaísmo normalmente, eles eram tidos como conselheiros e instrutores da Lei de Deus.
Não há duvidas que hajam mulheres que profetizam, pois Paulo já dizia isso, e para isso ele orienta a igreja em Corinto, 11:5 “Mas toda a mulher que ora ou profetiza...” Creio que este texto não precisa de comentários pela clareza em relação a profetiza. Ainda Paulo escreve, pois qualquer um podia ter uma “palavra de revelação” ou como a Bíblia na Linguagem de Hoje indica: “No caso de dois ou três receberem a mensagem de Deus, estes devem falar”. Sem dúvida que esta palavra de revelação deve ser relacionada ao texto que orienta os profetas 1aCo:14:29-33ª (NVI); destacamos algumas frases: “tratando-se de profetas, falem dois ou três”; “se vier uma revelação a alguém que está sentado, cale-se o primeiro”; “todos podem profetizar”; “todos sejam instruídos e encorajados” Talvez alguma coisa análoga ao que Ele revelou ao profeta” (MORRIS, Leon; I Coríntios: Introdução e Comentário, p. 160). O objetivo da revelação era para que “todos aprendam e todos sejam consolados...” (14:31b, IBB), pois esta palavra seria submetida ao julgamento da congregação ou dos outros profetas.
            A diferença com a revelação canônica dar-se-ia que esta é uma revelação redentora ou que apresenta o Deus bondoso, misericordioso e a possibilidade do homem se aproximar dEle através de Jesus, e a revelação indicada no texto em estudo, é a pratica daqueles que foram alcançados pelo amor redentor para o momento no qual a comunidade esta vivendo. Algo que traz consolo e ensino, direção para a situação do momento. Edificação
Paulo já tinha dado algumas recomendações relacionadas ao assunto do profeta ou mensageiro que trazia a revelação através da mensagem. Ele já tinha dito que a mensagem profética ou mensagem de Deus era: “para edificação, exortação e consolação”(Cf.1aCo:14:3,IBB), ou ainda “Porém quem anuncia a mensagem de Deus fala as pessoas, ajudando-as, dando-lhes coragem e conforto”(BLH). Nos textos em 1a.Corintios:14:29-33a, o apóstolo volta a falar no assunto e ensinar que um dos elementos do culto é a revelação trazida pelo mensageiro de Deus (profeta) e que esta mensagem divina deveria ser aplicável a vida dos ouvintes (Cf.1aCo:14:24-25). Era o Espírito Santo comunicando alguma coisa através de alguém, como Barclay escreve, BARCLAY, William; The Letters to the Corinthians. The Westminster Press, p.134) “(...) neste estágio não havia ministros locais profissionais. Estava aberto para qualquer um usar o dom que possuía” . Não deve ser esquecido que o profissionalismo apontava a hierarquia sacerdotal judaica tanto na sinagoga como no templo e como no post anterior já foi mencionado.
            Paulo sugere que todos os corintios tinham a liberdade de profetizar - presumindo que eles haviam recebido o dom de profecia. Deus faz profetas, o homem não. A liberdade de expressão é dada onde o dom é dado. Este versículo precisa significar que o dom da profecia é exercido por mais do que um grupo de seletos (cf.12:28,29). Pelo menos Paulo está dizendo que a profecia se relaciona com uma mensagem que Deus dá, e Deus tem a liberdade de escolher os seus mensageiros como quer. Conseqüentemente, qualquer crente pode receber o dom da profecia (Cf. At:2:16-18). Deus tem a liberdade de dar, a pessoas diferentes, mensagens diferentes, em ocasiões diferentes. É muito improvável, todavia, que todos os membros da igreja em Corinto exercessem o dom da profecia ALLEN, Clifton J.(editor) Comentário Bíblico Broadman. Rio de Janeiro. JUERP, p.445
Esta mensagem trazida para encorajar e consolar os cristãos, era uma mensagem inteligível. Aqui está em contraposição à manifestação das línguas. É pela inteligibilidade da mensagem que esta podia ser chamada de “personalização da palavra”.
Embora a atenção do leitor de I Corintios 14 se volte imediatamente para o fato do dom de línguas, vale a pena dar uma idéia do que Paulo entendia por profecia. Profecia significa primeiramente pregação (v.24-40). Era o anúncio (como o verbo e o substantivo grego indicam) da boa nova, do evangelho. A apresentação do kérigma apostólico, do qual 15:1-4 é excelente exemplo. Profecia não significa, para Paulo, ensinar tópicos de ortodoxia. Significa a tradução da fé cristã em termos de situação do crente, com o objetivo de levá-lo a viver como Cristo viveu (Gl:2:20). (...)Pregação é auxilio profético para traduzir isto na vida desta semana (BITTENCOURT, B.P.; Problemas de Uma Igreja Local. JUERP. p.85
. O que vemos no Antigo Testamento é o profeta trazendo a palavra divina aos homens, brilhando como luz nas trevas, pois é assim também que o apóstolo Pedro entendia esta função, pois ele escreve: “Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas, e vocês farão bem se a ela prestarem atenção, como a uma candeia que brilha em lugar escuro...”(2aPe:1:19,NVI). Também Campbell Morgan (MORGAN, G. Campbell; El Ministério de la Predicación. Barcelona. CLIE, p.44-55) escreve, “o profeta é chamado, sobretudo para mostrar a relação da verdade com as coisas temporais (...) O propósito do seu ministério era sempre o de produzir resultados imediatos nas vidas daqueles aos quais dirigia as suas palavras(...)era produzir efeitos morais imediatos e não proporcionar satisfação intelectual.” Temos assim que os profetas foram conhecidos como historiadores, por isso os livros históricos do Antigo Testamento são colocados na divisão dos profetas, pois a “profecia era também a interpretação da história”, pois o profeta é aquele que “recebe de Deus a mesma mensagem que a sua geração precisa ouvir.
“Estas mensagens constituem luz em lugares escuros e os homens fazem bem em ouvi-la” pois a mensagem está “caracterizada sempre por aplicações nacionais e sociais(...) o profeta (...) vê claramente todo o movimento da vida humana, e sua mensagem tem à ver com todas as relações e responsabilidades humanas e estas sendo condicionadas dentro da vontade de Deus”.Por tudo isto, o ofício profético, segundo as Escrituras, torna-se essencial e necessário, “especialmente nos dias de tumulto e crises nos assuntos humanos”
Concluindo, temos agora uma segunda barreira derrubada. Anteriormente falamos do “silêncio imposto” que as mulheres vêm sofrendo baseados num texto que virou pretexto e que nada orienta sobre o ministério pastoral ou de liderança. É evidente que a autoridade da profetiza está baseado no seu chamado de Deus, na sua função orientada por Deus, que segundo Paulo escreve em Efésios, é colocado como sendo central e básico e ainda é colocado em parceria com os apóstolos. A autoridade dada ao profeta ou profetiza não é dada por homens ou alguma instituição humana mas pela escolha de Deus e oferecida à vida da igreja. Não há porque silenciar uma função do corpo de Cristo que é fundamental para o crescimento e edificação da Igreja. É Paulo que afirma e ensina isto.

Fiquem na paz do Senhor da Igreja e do ministério pastoral
Pr. José Miguel M. Aguilera
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2 comentários:

  1. Vc é quem esta indo contrario ao que esta escrito na Biblia...
    Pois na Biblia se diz que a mulher deve ficar em silencio na igreja,e se alguma duvida tiver perguntar em casa para seu esposo...
    O que significa isso??
    E pelo meu ver isso n acontece........

    Rodrigo
    Paraná

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  2. Prezado Pastor José Miguel! Não fique preocupado com os retrógados e incompetentes que usando o título de pastor(com minúsculo mesmo)não sabem discernir o tempo para a Igreja do Senhor Jesus em nossos dias. Continue apoiando a todos os Ministros(as) que o Senhor tem vocaciodo.
    Ao Jovem do Paraná que pergunta sobre as atividades femininas na Igreja, indico que procure seu Pastor, se é que o tem. Vá para a EBD e aprenderás.
    PrDercio/RJ

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